... pelo 3º mês seguido
Índice FipeZap, que pesquisa a cotação dos imóveis prontos, mostra que de 7 praças pesquisadas, em 4 houve desaceleração ou recuo
SÃO PAULO - Os preços dos imóveis prontos, novos e usados, dão sinais de acomodação. Depois da euforia registrada no ano passado, os preços em agosto do metro quadrado dos imóveis em seis capitais e no Distrito Federal subiram 1%, pelo terceiro mês seguido, segundo o índice FipeZap. O indicador levanta os preços dos imóveis anunciados na internet.
Eduardo Zylberstajn, coordenador do índice e economista, observa que o indicador mensal está na casa de 1% porque os preços dos imóveis localizados em São Paulo e no Rio de Janeiro subiram e essas praças são as que mais pesam no índice geral. Além disso, como nos últimos meses muitas construtoras reduziram o volume de lançamentos de imóveis novos para se adequar à nova realidade de mercado, esse movimento deu uma certa resistência aos preços de imóveis prontos, usados ou novos, nas principais praças do País.Das sete praças pesquisadas em agosto, em quatro delas houve desaceleração ou recuo nos preços na comparação com o mês anterior. O preço do m² em Belo Horizonte teve variação negativa de 0,2% em agosto ante julho. Houve desaceleração em Salvador (para 1,1%), Fortaleza (1,4%) e Recife (0,2%). Os resultados de agosto foram ainda positivos, mas bem menores na comparação com os de julho. Em São Paulo e no Rio, os preços em agosto subiram 1,4% e 1,2%, respectivamente, variações positivas, porém inferiores à média mensal em quase dois anos, que é de 1,7%.
Zylberstajn ressalta que o momento de euforia dos preços, provocada em boa parte pela maior oferta de crédito, ficou para trás. No ano passado, por exemplo, diz o economista, a valorização média dos preços do m² oscilava entre 2% e 3% e agora é de 1%.
Outra comparação que reforça a tese de que os preços do m² estão perdendo o fôlego é o fato de que os valores pedidos registraram variação inferior à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês passado. O IPCA para agosto esperado pelo mercado é de 0,38%. Em Belo Horizonte, a queda foi de 0,2%. No Recife e no Distrito Federal houve alta de 0,2% nos preços do m² no mês passado.
Termômetro
O coordenador do índice pondera que, como hoje o mercado imobiliário passa por um momento de transição, a variação média dos preços nas sete regiões pesquisadas não é um bom termômetro. "O comportamento dos preços entre as praças é muito diferente." Isto é, enquanto os preços caem em Belo Horizonte, eles sobem, porém em ritmo bem mais moderado, no Rio e em São Paulo. Zylberstajn acredita que, daqui para a frente, o comportamento dos preços dos imóveis será muito influenciado por fatores regionais, típicos de cada bairro, do que por fatores macroeconômicos, como juros e crédito.
O fim da euforia de preços dos imóveis também fica claro quando se avalia o comportamento do m² no ano e em 12 meses. De janeiro a agosto deste ano, o preço médio do m² subiu quase 10%. Em igual período de 2011, a variação era quase o dobro, de 19%.
Movimento semelhante é observado na comparação em 12 meses. Entre julho do ano passado e agosto deste ano, os preços médios nas sete regiões pesquisadas subiram 16,3%.
A variação registrada nas mesmas bases de comparação em 2011 havia sido de 29,7%. A desaceleração dos preços é nítida no Rio. Em 12 meses até agosto de 2011, a alta tinha sido de 42,2%. Agora é de 18,4%.
Márcia De Chiara, de O Estado de S. Paulo04 de setembro de 2012 | 22h 21
Márcia De Chiara, de O Estado de S. Paulo04 de setembro de 2012 | 22h 21
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